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Bem vindo(a)!

Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Testemunha da história



Sou feliz por pertencer à família do Povo de Deus e atitudes como a do Papa Bento XVI são ricas de sabedoria e ensinamentos, como o de nos convidar a rever conceitos sobre poder, coragem, amor, humildade, renunciado ao cargo de Papa da Igreja Católica.

Agradeço a Deus por conceder-me a graça de viver este momento histórico, no qual a Igreja terá um Papa emérito e outro em pleno exercício de sua missão. Poucos presenciaram isso na história do cristianismo! 

Jesus, nosso Mestre e Salvador, continua a nos evangelizar através das palavras e ações de seus discípulos hoje!

Agora Ele nos ensina o que o amor de quem verdadeiramente ama é capaz de fazer: renunciar ao mais alto poder da Igreja por não se sentir capaz fisicamente para continuar guiando os passos dos fiéis da igreja de Jesus Cristo. 

Especialmente hoje, ao falar a uma multidão na Praça de São Pedro, em Roma, via-se serenidade em seu olhar, em seus gestos. Ele está em paz, pois sabe que fez o que é certo, sabe que está fazendo a vontade do Pai e sabe que a Igreja estará nas mãos de alguém tão fiel e amoroso quanto ele e tantos outros que sucederam a Pedro.

Vou rezar muito para que continue vivendo em paz e com toda essa serenidade, própria de quem cumpriu com dignidade sua missão e continuará a fazê-lo, agora de outra forma, no recolhimento e na oração.

Eu não vive muito, mas o suficiente para testemunhar a passagens de Papas que marcaram os caminhos de nossa Igreja:João XXIII, um santo e morreu antes mesmo que pudesse entender a existência de um Papa; Paulo VI, o primeiro de minha vida já consciente do que é ser de Cristo. Na sua morte, sofri a partida de alguém muito amado; João Paulo I, o que passou rápido e sereno como uma brisa e deixou a marca do sorriso do qual jamais me esquecerei; João Paulo II, o que correu mundo e nos deu a alegria de ver um Papa pisar pela primeira vez o chão do Brasil - o Papa Santo; e agora Bento XVI, o que assumiu já na velhice, e o que tomou a decisão mais corajosa que vi nos últimos tempos: renunciou por amor.

Sou testemunha ocular de momentos fortes da Igreja Católica. Sou também testemunha de mudanças aceleradas no mundo. Estou nesse barco e vejo que Deus me reservou tantos bens! Todos eles, com certeza, com a finalidade de me ensinar a ser fiel e forte, a ser corajosa e humilde, a ser desapegada e a entender as pessoas em suas alegrias e dores. Com lições tão grandes, minha responsabilidade e meu compromisso de amor e fé aumentam. 

Que eu, com a graça de Deus, possa chegar ao fim desta vida terrena, de forma tranquila por ter aprendido a lição e a colocado em prática. 

E que venha nosso novo Pastor com um coração santo e amoroso, a humildade dos pés descalços e o desapego de seu antecessor e sobretudo a força do Espírito Santo para conduzir a Igreja com todos os seus desafios atuais!


João XXIII
Paulo V
João Paulo I
João Paulo II
Bento VI


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Duas coisas necessárias


Apenas duas coisas são necessárias! 

Disseram-me isso há alguns dias e, provavelmente, dentro do contexto da conversa, de forma séria, brincalhona ou irônica, respondi. O interessante é que essa frase veio caminhando comigo e levando-me a algumas reflexões sobre a relatividade de tudo. No geral, minha resposta é uma: amor e paz, isso sem pensar muito. No particular, várias e várias outras surgem tão necessárias quanto a maior das maiores.

E assim, no universo de possibilidades infinitas...

O que me é necessário na hora da fome? Arroz e feijão acima de qualquer outro alimento saboroso.

Na hora do sono? Apenas encostar e dormir, independente da oferta de uma cama macia.

Na sede? Uma mão, feito concha, com água e mais nada nem mesmo a bebida mais cara e desejada.

Na ignorância? Um mestre e um livro vai bem além de uma escola completa com todo seu corpo docente e discente.

Na falta de roupas? Alguém com um pedaço de pano a me oferecer.

Na solidão? Quem esteja disposto a partilhar comigo suas alegrias.

No momento da raiva? Uma pessoa paciente disposta a me ver explodir, sem tirar-me esse direito.

Na hora de uma decisão? A compreensão e a força de quem está ao meu lado.

Na falta de dinheiro? Um trabalho que me dê o necessário para sobreviver.

Nos instantes de incredulidade? A lembrança dos meus pais me ensinando sobre fé.

Na tristeza? Meus amigos e um bom papo.

Sozinha e sem amor? Minha família e sua atenção.

É... só duas coisas, realmente, são necessárias, dependendo, é claro, do instante, do excesso, da falta. Tudo, no entanto, deixa de ser extremamente necessário, depois de conseguido.Vem, então, a próxima necessidade no próximo segundo . E assim "caminha a humanidade" cobrindo espaços vazios com o que mais lhe preenche.

Assim também sigo eu e minhas necessidades temporárias e eternas. Ah... faltou-me dizer essas, as eternas. Com toda certeza que há dentro de mim: meu amor a Deus, em primeiro lugar, e a crença na vida eterna. Com os dois, tudo o mais posso conseguir, pois é possível. E o que não é? Para Ele é! Isso me basta!





segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Renúncia do Papa Bento VXI

Hoje é um dia especial para o mundo e, principalmente, para nós católicos. Nosso Pastor maior, nosso guia espiritual, Papa Bento XVI, anuncia ao mundo sua renúncia ao Pontificado. Agradeço a Deus pela graça deste Pastor que conduziu com mãos amorosas a nossa Igreja e peço que continue cuidando dele em sua velhice. Um homem especial, que dedicou toda sua vida a serviço dos filhos de Deus e que, com atitude de coragem e humilde, renunciou por amor, tão somente por isso. Ficam aqui as orações agora pelo novo Pontífice a ser eleito. Que nossa Senhora acompanhe os Senhores Padres Cardeais e que eles sejam iluminados pelo Espírito Santo nesta importante decisão.
Bento XVI anunciou esta segunda-feira que se demitirá no dia 28 de fevereiro. Eis o texto integral do anúncio:


Caríssimos Irmãos,



convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI


Papa Bento XVI

Papa Bento XVI, nascido Joseph Alois Ratzinger, é o Papa de Roma desde o dia 19 de Abril de 2005. Foi eleito como o 265º Papa com a idade de 78 anos e três dias, sendo o actual Sumo Pontífice da Igreja Católica. Wikipedia
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Leite derramado

O que pode representar um litro de leite?

Nutrição do bebê, cálcio para os ossos, acompanhamento de um cereal matinal e um bom café, elemento necessário na culinária e por aí vai.

Para mim? Um verdadeiro drama!

Certa vez, ainda menina, esse litro de leite foi bem mais que o necessário para passar o dia, bebendo ou servindo de ingrediente para um daqueles deliciosos bolos caseiros. Foi motivo de lágrimas e vários outros sentimentos angustiantes e misturados que, até hoje,  retorna à minha mente como um fato forte, inesquecível.

Era rotina, naquela época, todos os dias pegar uma latinha de alumínio, amassada pelas batidas que levava, para buscar leite a mando de minha mãe. A casa do fornecedor era próxima, mas com a visão de criança, ficava bem longe. Na direção do alvo de meu "trabalho diário" vagava pensativa , cheia de ideias e imaginação, como sempre foi povoada essa mente fértil e que nunca me deu sossego. Subia a rua, virava a esquina que dava para uma trilha de terra marcada pelos passos diários de muitos que por ali iam e vinham.

Fico imaginando a cena e bem posso vislumbrá-la pintada em uma tela:  menina de cabelos lisos seguindo absorta o caminho estreito e cercado de pequenos arbustos, com seu vestido rodado e latinha de leite na mão. Feliz da vida sem nada a incomodar, nada a pesar em seu ingênuo coração.

Deixando de lado as divagações, o quadro... mal sabia que aquela cena, tantas vezes repetida, dessa vez seria diferente. 

Cheguei ao meu destino. Em minha lata foi colocado o leite e iniciei o caminho de volta. E o fiz da mesma forma de sempre: desligada, pensamento longe.

Quando já me encontrava quase em casa, mas ainda no caminho estreito no qual só cabiam os pés de uma pessoa - se mais quisessem andar por ali juntos, teria que ser em fila indiana - o "fato" aconteceu. Ao rodar a lata, como se estivesse vazia, ela virou e o leite derramou,  desaparecendo lentamente na terra seca. 

Meu Deus! Qual não foi minha agonia naquele instante! Meu coração acelerou e achei que iria saltar do peito! Parece bobagem, mas foi o fim. Como chegar em casa sem o leite? Com a lata vazia na mão? O que ouviria de minha mãe? Ficaria brava comigo, era, lógico, o que temia! E ainda tinha o fato de que era inconcebível a ideia de derramar o leite destinado à alimentação e necessidades de minha família. O que fazer?

Fiquei um tempão chorando, inconsolável, abaixada perto da lata vazia. Não tinha coragem de levantar e voltar para casa. Como explicar o ocorrido? Não tinha, afinal, desculpas. Os minutos passados ao lado daquela cena, para mim fatídica, foram intermináveis. Pensava ter cometido um erro tão grande e imperdoável. Sofri! Não sei o quanto, exatamente, fiquei ali. Não me lembro qual foi a reação de minha mãe e nem de mais nada depois disso. Só de que, na minha cabeça de criança, esse fato foi forte, um dos dramas maiores dessa fase! 

Parece estranho pensar que um simples derramar de leite pudesse causar tantos sentimentos de derrota e medo. Mas causou. E  minha mãe não era tão brava assim! Era boa, mas enérgica. Acho que merecia a repreensão pela  falta de concentração. Se fui ou não... não me lembro, mas jamais me esqueci daquele leite derramado.

Eta leitinho danado, sô! Se alguém me dissesse que isso pudesse marcar tanto uma pessoa, não acreditaria.  Hoje... ah, hoje dou risadas do dia "motivo" de tanto choro, lamento, medo e insegurança.

O que não faz uma distração com uma lata cheia de leite na mão, heim?!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Parede rabiscada



Aquela parede (Mococa e Paraíso)
Achei a parede da antiga morada
Toda rascunhada de giz e carvão
Lembrei dos irmãos
Da nossa turminha
E a nossa mãezinha ensinando a lição
Parede que sempre papai repintava
Mamãe se esforçava pra gente aprender
Se raspar a tinta por baixo aparece
Cebola com s e sapo com c

Era nossa lousa aquela parede
Nós tínhamos sede de ler e escrever
Pois a minha letra eu reconheci
E chorei de rir com o que pude ler
Quatro x quatro na frente dezoito
E dez - oito ali estava três
Agora crescido correndo a vivência
Eu vejo a inocência que o tempo desfez


A letra dessa música fez retornar-me à minha infância. Ao ouvi-la pela primeira vez foi como se passasse um filme em minha cabeça dos tempos de criança, da minha família simples, da minha casinha pequena, mas recheada de muito amor, mas muito amor mesmo.

Não vou dizer aquela frase tantas e tantas vezes repetidas "Eu era feliz e não sabia!", pois eu era feliz sim e sabia, como continuo sendo feliz e ciente disso hoje. Mas essas lembranças me remetem a momentos especiais e particularmente marcantes de minha vida, em que fui, especialmente, feliz. Alguns fatos ingênuos e aparentemente tão sem importância, são os mais intensos. Talvez não vistos assim na época; porém, com o olhar de agora, foram demais!

Eu e meus irmãos tínhamos a mania de desenhar nas paredes lá de casa. No quartinho da sala, como chamávamos um espaço especial de nosso lar, eles e eu desenhávamos o que sonhávamos. Eram bonequinhos com corpo de formas retas, cabeça redondinha e alguns fios de cabelo - esquisitos!!! - mas eram lindos na nossa imaginação. Também gostávamos de fazer bonecos só com traços, aqueles bem fininhos. Desenhávamos, exatamente como diz a música, com carvão! Alguns eram com lápis, mas tínhamos que economizá-los, então o carvão servia bem mais ao propósito.

Eu ficava em cima da cama brincando, sonhando e desenhando! E o mais interessante disso tudo é que meus pais falavam que não era certo rabiscar na parede, mas... a gente apagava e depois rabiscava, escrevia e desenhava de novo. Era mesmo como se a parede fosse o nosso quadro ou o nosso caderno. Havia lá também as continhas de matemática, os nomes das pessoas queridas, desenho de árvores e animais. Não eram obras de arte naqueles dias, mas se as pudesse resgatar, hoje seriam arte para mim e muito valiosa!

Essa naturalidade e simplicidade própria de minha fase de criança me traz o gosto de um passado com cheirinho bom e de lembrança de família reunida, na qual o respeito mútuo imperava. Que saudade daquele tempo em que essas qualidades faziam parte da vida sem nenhum artifício ou objeto de conforto e necessidades criados atualmente!

O fato de escrever na parede era exatamente pela falta de outros recursos como cadernos, lápis, borracha. O que tínhamos era a conta! Tudo era valioso e não se desperdiçava. E também não se conseguia com facilidade. Para a escola levava meus cadernos em saquinho de açúcar e não me envergonhava disso. Nunca reclamei ou pedi algo a meus pais que sabia que não poderiam me dar. Contentava-me com o que tinha e nem por isso deixei de ser menos feliz.

Não ganhava presentes como as crianças de hoje. Minhas alegrias especiais estavam em alguns momentos específicos do ano. Festa de outubro era a única em que ganhava uma roupinha nova! E como era bom! Teve um vestido que ganhei nessa época  e me vejo vestida nele como se tivesse sido ontem. Até do cheirinho de novo me recordo!

Essa festa também me remete ao gosto do picolé que meu pai me dava depois das cerimônias religiosas. E era só no domingo, nos outros dias não! Se bem me recordo era só nessa época que ganhava esse geladinho! E não reclamava nem fazia pirraça. Pelo contrário, amava a chegada da data, pelo que representava no religioso e pelo vestido e picolé que sabia que teria!

No Natal era a comemoração mesmo do Nascimento de Jesus! Presente? Uma vez ou outra. Lembro-me de alguns, como uma boneca de papelão que meu pai deu para mim e minha irmã e que a destruímos porque resolvemos dar banho nelas! Desmancharam!!!

Certa vez ganhei um ônibus bem pequenino, de lata, mas inesquecível! Fazia um barulhinho ao tocar no chão que me encantava. Outra vez o presente foi uma sombrinha. Esses eram nossos brinquedos, nossos presentes. Muito poucos, mas tão agradáveis! Nunca saíram de minha memória! E os que nunca chegamos a ganhar não nos fizeram falta nem foram motivo de choro e cara feia.

Que boa essa fase de minha vida! Sem luxo nem grandeza, sem desperdício, sem conforto, mas com amor de sobra!

Os ensinamentos de meus pais, a forma com que educaram a mim e a meus irmãos, fizeram-nos dar um valor especial a tudo que hoje somos e temos. 

Dos desenhos feitos na parede, das poucas roupas que tínhamos, dos raros presentes, do picolé de outubro, das orações em família, dos passeios com sabores de eterno... ficaram as lições e a receita para uma vida feliz. 

Hoje tenho muito mais do que nem sonhei. Agradeço a Deus por isso, mas se não tivesse saberia viver como vivi um dia.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Saco de farinha e saco de batatas

Tenho um amigo que vive a me dizer que as "Mulheres são como saco de farinha e homens como saco de batatas" ao contarem seus casos, falarem das coisas, enfim. Quanto a mim, já virei o saco de farinha número um dele. Não tem uma vez em que conversarmos e que ele não se refira a mim como esse saco. Virei a farinha da vez! E ele, é claro, foi eleito por mim, como o maior saco de batatas que já conheci. Depois dele, bem depois dele, vem uma fila de outros com a mesma denominação.

Deixe-me explicar a ótica desse meu amigo. Diz ele que nós, mulheres, ao contar qualquer assunto, damos voltas e voltas até chegar aonde queremos. E ainda diz que tem umas que nem lá chegam para deixar mais misterioso o fato e também instigar a curiosidade alheia. É o saco de farinha sendo esvaziado, lentamente, e ainda deixando algum resto no fundo.

Creio eu que ele acha que testamos a paciência e tolerância dos homens com essa nossa atitude! Já eu penso que estamos, espertamente, mexendo com sua curiosidade, muito maior que a feminina, embora sempre negada e reprimida.

Quanto aos homens, meu queridíssimo amigo diz que eles soltam tudo de uma só vez, não dando tempo nem para entendermos direito o que falam. É o saco de batatas sendo virado boca abaixo e as batatas caindo todas num só momento e não ficando nada para trás.

Creio eu que ele acha que os homens são tão diretos e claros a ponto de agradarem a todos com tamanha objetividade. Já eu penso que eles acham que a capacidade intelectual das mulheres está bem além da sua própria inteligência, uma vez que entendem rapidamente tudo que dizem, assim...de primeira ou até mesmo prevendo suas palavras. Estamos mesmo deixando o sexo oposto para trás! (rs)

Quero aproveitar para mostrar o que penso a respeito de tão profunda reflexão de meu amigo. Primeiramente, as mulheres são tão espertas que conseguem, com esse ato astuto, deixar qualquer um com sua curiosidade tão aguçada que querem saber mais e mais. Então, elas os mantêm presos e sempre com o olhar vidrado nelas e na expectativa do próximo capítulo. Forma boa essa de prender as atenções! Perspicácia feminina é mais uma das tantas qualidades que as deixam irresistíveis. 

Quanto aos nossos amigos saco de batatas, fica o recado: É muito chato e sem graça o falar tudo, sem mistério, sem perguntas, sem suspense, sendo tão direto e claro, com tamanha objetividade e frieza. Tudo de uma vez diminui o tempo de contato, encurta o assunto e as oportunidades de surgirem outros e outros tão ou mais interessantes. Os detalhes são tão bons! Não há quem não goste deles, até mesmo os homens, embora ajam como se não apreciassem o que é o recheio do bate-papo e o que o torna mais saboroso.

Certa vez ouvi de uma pessoa, o seguinte: "As mulheres são a emoção e os homens a razão". Sob esse ponto de vista, completo: Se é assim, os homens precisam abrir o saco de batatas um pouco mais lentamente e segurar algumas lá dentro para mexer com o lado sensível das mulheres. E elas devem continuar assim mesmo, saco de trigo, para dar pitadas de emoção à razão masculina.

Se um dia eu tiver que me tornar esse saco de batatas, encerrarei minha fase de graça e me tornarei uma monja, de boca sempre calada.

E uma dica aos que estão na fila do outro saco: Caso um dia vierem a se tornar, nem que seja um pouquinho, a batata da vez, nós, o sexo frágil e emotivo - como adoram nos denominar - iremos adorar! Podem crer nisso!

Ao meu amigo, responsável por essa minha reflexão, um recado: Acho que você adora os sacos de farinha, embora não admita jamais essa verdade! E eu não gosto nada, nada, desse saco de batatas que é, embora goste muito de você, amigo!






Mulheres X Homens

As diferenças entre homens e mulheres sempre foram bem claras. Ainda bem que existem, afinal a uniformidade nunca agrada, é pelas diferenças que nos sentimos atraídos. Uma ou outra qualidade serem as mesmas até é bom; compatibilidade de gênios também; e é saudável existir entre os pares semelhanças que ajudam a conviver em harmonia. Mas há algumas diferenças necessárias e saudáveis que não são compreendidas pela outra parte e, se deixarem de existir, podem transformar-se mais tarde em ponto de conflito e desavenças.

Uma delas e a que mais me irrita é o fato de nós, mulheres, não sermos compreendidas quando levamos, o que é lógico, mais tempo para nos arrumarmos para sair do que os homens. 

Eles, num instante, estão prontos: vestem-se, às vezes combinam ou não a roupa, penteiam ou não os cabelos, um ou outro trato neles para deixá-los modelados, desodorante, alguns usam perfume e... estão prontíssimos e preparados. Certo?! Para eles, sim! E para nós? Não! É aí que começa o que nos desagrada: eles não sabem esperar-nos e reclamam pela demora em nos preparar.

Vejam pela ótica feminina: nós, mulheres, somos sempre mais atenciosas com a aparência. Combinar roupa? Importantíssimo, mesmo que não tenhamos muito bom gosto. E os acessórios? Também temos um olhar especial para eles, afinal, colaboram com o visual elegante e atraente. Não para por aí: a maquiagem toma tempo. É um hidratante, base, corretivo, blush, pó compacto, sombra, delineador, lápis, rímel, correção de sobrancelhas, contorno para os lábios, batom. Desodorante e o perfume que não dispensamos nunca. E ainda tem os cabelos!!! Eles tem que estar com brilho, sedosos, bem escovados, senão não realça toda a arte feita no rosto e todo capricho com o figurino.

Preparadas, finalmente, aparecemos para eles na espera de um elogio, afinal, toda essa produção é para, primeiramente, nos sentirmos bem com a gente mesma e, é claro, para agradá-los. E qual é a primeira reação deles? Cobrar-nos o tempo em que ficaram nos esperando! 

Isso é o fim!!! Que decepção!!!

Enquanto fazemos todo esse ritual, ficamos imaginando quais as palavras de elogio que ouviremos. 

Querem saber? Não ouviremos, a não ser que cobremos e isso depois de termos que ouvir a ladainha do sacrifício feito para nos aguardar.

Eles não entendem a nossa necessidade de uma maior produção. Eles não entendem o quanto queremos nos sentir bem e agradar. Eles não entendem que tudo isso demanda tempo. Mas eles nos querem bonitas! Ahhhh, se querem!!!

Imaginem se começássemos a fazer como eles: uma roupa, um pente nos cabelos e pronto! Com certeza ouviríamos, como costumamos ouvir ao se referirem a outras mal cuidadas: "Você não tem uma roupinha melhor? Não dava pra cuidar melhor desses cabelos? Está ficando com barriga! Por que não passou, pelo menos um batom?"  Ou às bem cuidadas: "Nossa, como a Maria está parecendo muito mais nova do que realmente é!" E a gente ali, do lado, tendo que suportar esses comentários, porque eles não têm tempo para nos esperar e querem que façamos o milagre de ficar bonita em dois segundos!!! 

Poupem-nos, senhores homens, por favor!!! Entendam nossas diferenças, respeitem-nos e aguardem-nos com paciência, pois só têm a ganhar com isso. Ou querem sair ao lado de uma "tribufu"? Vocês decidem!