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Bem vindo(a)!

Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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sábado, 22 de agosto de 2015

No vai e vem, a vida acelera
















Os pássaros cantam, o sol brilha intensamente
Os passos aceleram pisando firme  na calçada
O vai e vem frenético dos passantes seguindo seu rumo
Indicam que nada para, tudo vai em frente, segue.
As águas do rio mantem barulhenta ou  serena o  seu curso
As estações do ano continuam indo e vindo num constante sem volta
O relógio a cada instante proclama o novo sem sequer pensar em retroagir
Os cabelos, curtos ou longos,  sem que se perceba o olhar mais detalhista
Vão enfraquecendo e ganhando nova textura e cor
As rugas no rosto anunciam que muita  experiência vai se acumulando
E que novas surgirão a cada novidade do tempo.
Tudo é assim...  nada é igual no próximo segundo 
Alguns não percebem e continuam fincados
Feito pau de cerca que apodrece sem ter saído do lugar
Vendo tudo passar sem achar que pudesse dali se arrancar.
Ou decidimos seguir como o curso do rio
E corremos os riscos para ver a beleza nas novas paisagens
Ou ficamos estancados, sem dar forças às pernas 
Sem coragem de se mover  por comodismo
Ou por medo de não saber conviver com os espinhos
que margeiam as novas paisagens do rio.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A vida não espera














É sempre tempo de mudar o rumo
Daquilo que não faz mais feliz
E não ressuscita o sorriso
Há um bom tempo preso, desestimulado.

É sempre tempo de recomeçar
E deixar pra trás o que não se faz presente
O que não faz mais diferença
Não encanta nem acelera o coração.

É sempre tempo de buscar reencontrar
A lágrima que rola de emoção
O frio que vem de dentro pra fora
Os olhos brilhantes querendo ver mais longe.

Nunca é tarde para se reencontrar
Não precisa também continuar insistindo
No que não mais traz contentamento
Porque passou como tudo passa.

O tempo é agora e não espera a indecisão
E se demorar, quando se der conta
Muito ficou  sem ser realizado
Por ainda insistir no que não dava mais.

"Bora"! A vida não espera!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Decepção


Extasiada
A borboleta queria encantar
E deu voltas para ver se era notada.
A beleza que achava ter, não adiantou
Não a perceberam e ela desistiu de voar.

Coitada
Do casulo radiante saiu
Passou pouco tempo se achando
E viu que não daria para realizar
As vontades de seu pequenino coração!

Hoje
Já sem tons marcantes de suas cores
Olha para trás e lamenta
Não poder recuperar o vigor
Do voo que era para ter sido arrebatador.

Quis e não fiz













Eu quis e não fiz.
Deixei o tempo passar
A coragem, ingrata, não veio
Fiquei somente a sonhar.
Dei voltas, queimei neurônios
Na tentativa de encontrar
A melhor maneira de desabafar
E fazer o que precisava ser feito.

Eu quis e não fiz.
E ficava meu coração a palpitar
Na ânsia de expor o segredo
Que queria para fora saltar.
Não adiantou... até que tentava
Mas na hora "H" a tremular
Era um sufoco só e...
Não saía um centímetro do lugar.
E não foram poucas as vezes!
Planejava, remoía, ensaiava
Até as palavras estavam já para escapar
E no final... nada!
Não falei, emudeci.
Nunca descobri, lamento até
O que queria tanto ter sabido
Se as palavras não teimassem em se calar.
Mas, se a coragem a elas tivesse dado força
O que teria feito?

Eu quis e não fiz.
Não dá mais.
Mas mesmo assim
Tem horas em que, insana, ainda quero.
Ainda quero...
E daí? Não posso mais
Passou o momento, a oportunidade
A história caprichou no seu desenrolar
Não dá pra fazer o tempo voltar
E do que adiantaria
Se não há mais chance de mudar
Nem sequer uma vírgula do lugar?
Será que seria diferente
A história do que se fez mudo
Pelo medo de se revelar?
Será?!


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Recordar é acordar para a realidade

Olhar para trás não é muito bom. O certo seria seguir em frente sem pensar no que ficou no tempo, mas não é bem assim. Vira e mexe estamos encontrando algo lá no fundo do baú, a nos fazer sentir o estranho: a tal da saudade, existente apenas na língua portuguesa.

Por que somos assim? Bastaria nos contentarmos com o que está nas mãos, o palpável, certo, seguro e olhar para a frente, sonhando e rascunhando novos projetos. Infelizmente, não! O vivido vem à tona quando menos esperamos, e bate forte o coração ao nos depararmos com cenas que, quando protagonizadas, não passaram nem perto dos nossos melhores sonhos, estar escrevendo uma linda história.

Sem nos darmos conta, o tempo rapidamente passa, desenhando seu curso como um rio incansável a seguir retas e a fazer curvas, ora cheio ora deixando à mostra as pedras de seu leito, prova das secas bravas e impiedosas, marca da presença dos invernos da vida! E "de repente, não mais que de repente", como num piscar de olhos, vem na mente e no coração o passado bom, recheado de alegrias e sorrisos infantis, como se tudo, na época, tivesse sido uma grande e interminável festa!

Era para ser bom recordar. Sim, mas apenas quando o presente tivesse se tornado melhor.
Na cena recordada... o que houve? A festa acabou? Por quê?! Por que o elenco se dispersou? Por que os que ficaram mudaram tanto? Por que alguns deixaram, definitivamente, de fazer parte daquela roda mágica, proporcionadora de tanta alegria? Aonde nos perdemos? Onde foi o erro? Quando o elo se rompeu? Cadê aqueles sorrisos largos nascidos espontaneamente do coração?

"É João", como dizia um grande escritor nosso "a festa acabou". Como é decepcionante perceber não haver notado isso e ainda estarmos com roupa de festa dançando musica imaginária no meio do salão?! A maioria  já se foi! Quem está agora não tem o mesmo nome, e os que têm não são mais os mesmos. As luzes se apagaram e, de olhos fechados, ainda sentimos o cheirinho bom de tudo sem notar que a música não é mais a mesma, a orquestra não é regida pelo maestro de antes e os músicos... são quase todos diferentes. Tecnicamente, até melhores, mas com o coração meio desafinado. A harmonia também não provoca mais a mesma sintonia.

Saudades....queria fazer meu velho amigo tempo voltar. Sei que não vai. É implacável, como Rei de palavra. Saída só duas: ou contentar-se em fazer o papel dos avós esquecidos num canto da sala, já sem fazer mais a diferença, e consultados apenas por desencargo de consciência... ou partir para outra, onde será possível construir uma nova história, voltando a ser ativos e cheios de vida; peças importantes do jogo e não  plateia paciente, meros números contribuindo para o aumento das estatísticas, parceira da quantidade tão valorizada no presente!

Conselho para os que querem continuar no conforto da mesmice e não desejam ver: não olhem fotos! Mas, se querem ver, vejam tudo que mudou. Faça o jogo dos sete erros e, se forem mais de quatro, levante e tome outro rumo, pois esse já não mais te satisfaz!