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Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"A disciplina em sala de aula"



Gostei tanto desse artigo que resolvi postá-lo aqui, com seus devidos créditos, é claro!

A disciplina em sala de aula


Por Celso Antunes*

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido, quando um outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam, insurgiu-se w li se instalou, deixando lá trás um mundo de resmungos. Minutos depois, esperávamos todos o elevador chegar e mal a porta se abriu uma matilha alvoroçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam. Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a chamada para o vôo, uma porção de passageiros desesperados amontoaram-se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência, entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no vôo por último, suspirando aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que disputa com maior sofreguidão bem mais passageiros.

Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa civilizada chamada “fila” que, agora, parece ter desaparecido.

Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador de cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai que vai a escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o avolumar da indisciplina em sala de aula.

A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?

A resposta é claramente negativa.

É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?

Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”. Isto é, fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana, imprescindível à convivência e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas. A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um ideal à concretização. Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios, normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais. Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro “contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.

Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da comunidade – alunos, pais, professores, inspetores, serventes, etc. – ajudem a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de aula está fazendo e o que espera que faça o cidadão, que se busque algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade, sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas sanções necessitam menos castigar que orientar, menos punir e bem mais relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.

Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino modelo para uma comunidade melhor.

* Bacharelato e Licenciatura: Geografia, Especialista em Inteligência e Cognição e Mestre em Ciências Humanas.

Mudança é vida nova

As estações do ano vêm e vão, trazendo frio, calor, chuva, folhas caídas e flores a perfumar o ar.

O sol aparece no céu todos os dias, mesmo que encoberto por espessas nuvens,  tão quente e a irradiar luz desde sempre.

A lua não deixa de surgir  noite nenhuma, e mesmo cheia, crescente, minguante ou nova, faz sua parte na esfera da vida.

As águas continuam a descer sobre as pedras, a correr pelos rios e mares, a trazer vida para a planta que seca a cada inverno.

As nuvens passam pelo céu formando imagens que mexem com a imaginação de todos quantos se dão ao deleite de apreciá-las a ganhar a forma que queiram a elas dar.

O dia precede a noite e a cada amanhecer a esperança vem junto de um novo recomeço, porque a vida não para a fim de esperar nada nem ninguém.

Enquanto segue o círculo da vida, tudo vai se transformando com os personagens neste cenário. Às vezes, ou quem sabe em muitas vezes, não percebemos o quanto tudo muda em nós, mas, independente desta não percepção dos fatos, tudo gira e mais rápido do que imaginamos.

Com o passar do tempo, mudam os amigos, os interesses, os gostos, o que dá ou não prazer, os lugares, os sonhos, os desejos, os planos...

Quando achamos que chegamos aonde queríamos, que está tudo deitado numa grande calmaria, pois a tempestade passou, o mar tranquilizou, o sol voltou a brilhar, a noite está serena... cai, inesperadamente, uma pedra em nosso dedo e tudo sai do normal. NOR-MAL!!! É sempre assim, só uma coisa que não é sempre assim: a nossa forma de enfrentar a nova situação. Sim, porque a ferida causada pela pedra no dedo nos leva para onde não queríamos ou, pelo menos, para onde não planejávamos ir, e nos faz deixar algo confortante e prazeroso. Esse deslocar deixa para trás o inebriante perfume de flores que talvez não se encontre lá, para onde se vai. Mas lá, lá mesmo, aonde nunca se pensou ir, tem outros perfumes tão  bons e inebriantes quanto os que ficaram. E a experiência que está por vir pode ser tão fantástica quanto a última vivida! Quem sabe até mais?!

Então, se é assim a vida, não tão normal e regular quanto o sol que está lá no céu todos os dias, o melhor a se fazer é deixar que a chuva que cai sem ser esperada, molhe todo nosso ser. Que lave toda nossa alma e nos torne limpos e abertos para o novo! Só assim sentiremos a beleza da vida em toda sua plenitude, experimentando intensamente tudo o que ela nos oferece como mais um dos lindos presentes de Deus. E Deus só nos dá presentes que nos tornam melhores e que nos ajudam a tornar melhor a vida dos outros! 

Pense nisso!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pessoas especiais


Existem pessoas que aparecem em nossa vida sem que as pensássemos e com o passar do tempo vão se fazendo próximas, companheiras, atenciosas. De repente, vemos nelas, pessoas generosas a nos olharem com olhar diferente, compassivo, amoroso, humano e se fazendo tão igual a nós e, ao mesmo tempo, tão acima de nós a ponto de esquecer-se de si mesmas e nos estender a mão, como se lhes coubessem, nessa vida, a função de nos proteger e dar colo nos momentos de dificuldades e fragilidades.

Existem pessoas que não ficam apenas sentindo-se penalizadas diante de nossas lágrimas... elas saem de si e, mansamente, com um jeitinho todo carinhoso, nos fazem sorrir novamente.

Existem pessoas que não se sentem bem ao nos ver perder a paciência... elas suspiram fundo, vêm até nós e com palavras amenas e doces nos acalmam e acalentam.

Existem pessoas que não assistem passivamente os corações se partirem por alguma decepção... elas se levantam e, cheias de amor, tentam  juntar novamente as partes e fazer nosso coração bater ao ritmo entusiasmado da vida.

Existem pessoas que não conseguem viver, sozinhas, sua alegria... elas, com um largo sorriso no rosto, fazem questão de partilhar conosco cada raio de luz que ilumina seu caminhar.

Existem pessoas que não desistem nunca e, quando nos veem angustiados e desanimados... vêm com carinho e esperança, pensar junto uma melhor saída para cada problema.

Existem pessoas que são eternamente plateia e ficam a vaiar ou a sorrir de longe sem com nada se envolver. E existem pessoas que entram no palco e dão sua ajuda incontáveis vezes a quem dela precisar. São sempre apoio, presença forte e guerreira todo o tempo..

Existem pessoas assim, como você! Com um coração que não cabe no peito e com um senso de generosidade tão grande, que só pode se tornar amiga! E com esse jeito  todo especial de ser, conquistou a  mim, tornando-se o amigo próximo mesmo quando distante. Por isso a vida não é fardo e sim uma alegria, afinal, tenho em quem confiar e em quem buscar apoio quando tudo parece escuro e me encontro meio perdida no caminho. Tenho com quem compartilhar meus medos, minhas inseguranças e dividir minhas alegrias e sucessos.

Quero ser para você, querido amigo, o mesmo que tem sido para mim todo esse tempo e ajudar a fazer de seus dias, momentos alegres e serenos como se preocupou sempre em fazer dos meus.

Agradeço-lhe por me haver cativado com sua maneira simples, segura, jeito sincero e tão amigo de ser. Obrigada pela presença forte e por transformar a convivência entre nós em momentos de serenidade, alegria e partilha de experiências que nos elevam sempre mais como pessoas humanas.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professor

Ser professor é acima de tudo ser um guerreiro na defesa do conhecimento e da construção de uma sociedade mais humana e democrática.
Não há como pensar a sociedade sem pensar no educador como aquele que é a sua base. Sem a figura desse guerreiro, o mundo estagnaria. Aprender sozinho leva ao egoísmo e ao isolamento.  Aprender com a ajuda do professor leva à partilha, à socialização, ao calor humano, à compreensão, à luz do bom senso e da consciência crítica.
Ser professor não é ser o monopolizador do saber, mas o intermediador entre a vontade de crescer e a vontade de ensinar. E essas vontade unidas produz uma interação riquíssima e dinâmica.
Sem o professor, talvez os limites deixassem de existir, os questionamentos também, e, principalmente, a oportunidade de trocas, concordâncias ou discordâncias.
Pena que num país como o nosso, o educador esteja perdendo aos poucos, como conta-gotas, o seu valor. Tentam até fazer alguma coisa, colocando na mídia, de vez em quando, mas muito de vez em quando, algumas palavras de incentivo e valorização. Mas  isso é muito pouco, não basta! Os mestres precisam de mais: precisam de amor, carinho, respeito, melhores condições de trabalho e de salário.
Salário!!! Palavra que tem sido há muito proibida na classe. Parece até que virou crime falar em dinheiro ao se falar em educação. Que bom se esse guerreiro vivesse apenas de seus sonhos! Ele precisa comer e alimentar sua família, vestir-se, morar, ir e vir e tudo o mais que grande parte daqueles que passam por suas mãos tem e em abundância. O professor não quer abundância, mas dignidade e não ter que ausentar-se por tanto tempo de sua casa e de sua família para poder sustentá-las.
Nenhum pais se desenvolve sem um povo educado. Quando mais saber, mais condições de luta pelos direitos e mais consciência de cumprimento dos deveres. Quanto mais saber, menos possibilidades de ser enganado, passado para trás, humilhado, discriminado e desprezado.
O saber abre portas e janelas. Que elas sejam abertas antes para aqueles que as ajudam a abrir e a clarear a noite escura; para aqueles que ajudam dia a dia a iluminar os caminhos difíceis, mas encantadores da vida!

Sou professora com orgulho e amor. Agradeço a Deus tudo que consegui com minha profissão e a oportunidade que me concedeu de a tantos ajudar com os talentos que dEle recebi. Só lamento não recebermos o devido reconhecimento por nosso trabalho e luta!
A todos os companheiros de profissão e vocação, o meu abraço e agradecimento pela parte da vida que entregam no ato de educar. Já que ainda não merecemos, de fato, o valor pelas nossas ações, só resta pedir a Deus a recompensa pela semente do saber que plantam a cada dia na vida de milhares e milhares de seres humanos!

Ser professor é ser guerreiro!

domingo, 14 de outubro de 2012

A Espera

Esperar é instigante.
Pode-se esperar muita coisa, como a chegada de alguém especial, a partida daqueles que chegaram para passar o final de semana prolongado, o presente em um dia especial, alguma notícia ou simplesmente um sim ou não como resposta.
A espera é repleta de sentimentos variados: alegrias, incertezas, angústias, ansiedades, medos, esperanças...
Quem pensa que o melhor é o objeto da espera acontecer pode estar enganado. O melhor é exatamente ela: a Sra. Espera que enche a mente de fantasias e faz o coração bater a mil! Sim, porque enquanto o objeto alvo da espera não se concretiza, pode-se imaginar: como será a chegada? E a notícia, será boa? Que cor terá, que brilho trará, que mudanças proporcionará? E isto é extremamente inspirador e bom demais. É como ficar na esquina a olhar quem está vindo ao longe e imaginar ser quem se espera ansiosamente. Quanto mais se aproxima, mais forte bate o coração e mais adrenalina é jogada no sangue. As mãos ficam trêmulas, a boca seca, e a vontade de correr para abraçar invade todo o ser. De repente... a figura vai tomando forma ao se aproximar e...percebe-se não ser o esperado. E tudo para instantaneamente. Que decepção!
O brinquedo sonhado na noite de Natal, no dia das crianças, no aniversário vem, traz alegria e logo está encostado atrás da porta do quarto. E o pior é quando o sonho com ele foi para muito além da realidade!
Então... creia: esperar é a melhor pedida. Sim, porque enquanto se vive o seu tempo, pode-se dar ao ato da espera  o sabor preferido. Melhor do que ter que saborear algo amargo enquanto se achava ser de uma doçura inexistente.
Esperar, na vida, vem antes de chegar, contrariando a ordem do dicionário. Talvez se fosse diferente essa ordem, chegar seria melhor. Porém, como a fantasia, desmistificando a tese de que a ordem do dicionário seja pior, ainda é melhor que a realidade. A solução é transformar o que se tem naquilo que se espera. Mas ainda assim o esperar continuará sendo o mais instigante e mexerá mais com cada um, seja quem for.

sábado, 13 de outubro de 2012

Indecisão

A indecisão nunca é "uma boa ideia"!
Todas as vezes que ficamos sem saber exatamente o que fazer, acabamos por deixar de fazer algo importante e que, mais cedo ou mais tarde, pode nos levar ao arrependimento. E esse sentimento nunca é bom!
Pena que muitas lições só são aprendidas com o tempo, com a vida, com a experiência. Quando jovens, se nos dizem que o certo é fazer isso ou aquilo, só o fazemos se tivermos convicção de que devemos fazê-lo e jamais porque alguém nos aconselhou. Com isso, ao deixarmos de ouvir a voz da experiência, damos nossas "cabeçadas" e depois... o trem se foi, não dá mais para pegá-lo. O próximo??? Não é mais o mesmo!
O que fazer? Não há o que fazer. Para muitas coisas sim, é sempre tempo. Para outras, não dá mais. E como é angustiante olhar para algo sabendo que não se pode mais alcançá-lo nem experimentar o seu sabor! Esse é o preço que se paga por ser indeciso, por não ter coragem de "pagar para ver", por não se arriscar em nome do medo, em nome das consequências, em nome da insegurança.
Para a indecisão, só há uma saída se forem as de agora: decidir-se, arriscar-se e que se danem as consequências! Para as de ontem, só resta o lamento por ter chegado atrasado quando se decidiu.