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Bem vindo(a)!

Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

VISUALIZAÇÕES DE PÁGINA

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Itumirim pelas lentes de minha câmera

O que tem me encantado ultimamente é a fotografia. Pela lente de minha câmera tenho visto tudo com mais interesse e sensibilidade. O que antes não passava de algo corriqueiro, agora tem uma nova cor, um novo sabor. Animais e natureza são meus focos preferidos.
Tudo obra de arte da natureza de minha terra: Itumirim.









segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"A disciplina em sala de aula"



Gostei tanto desse artigo que resolvi postá-lo aqui, com seus devidos créditos, é claro!

A disciplina em sala de aula


Por Celso Antunes*

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido, quando um outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam, insurgiu-se w li se instalou, deixando lá trás um mundo de resmungos. Minutos depois, esperávamos todos o elevador chegar e mal a porta se abriu uma matilha alvoroçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam. Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a chamada para o vôo, uma porção de passageiros desesperados amontoaram-se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência, entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no vôo por último, suspirando aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que disputa com maior sofreguidão bem mais passageiros.

Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa civilizada chamada “fila” que, agora, parece ter desaparecido.

Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador de cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai que vai a escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o avolumar da indisciplina em sala de aula.

A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?

A resposta é claramente negativa.

É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?

Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”. Isto é, fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana, imprescindível à convivência e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas. A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um ideal à concretização. Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios, normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais. Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro “contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.

Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da comunidade – alunos, pais, professores, inspetores, serventes, etc. – ajudem a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de aula está fazendo e o que espera que faça o cidadão, que se busque algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade, sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas sanções necessitam menos castigar que orientar, menos punir e bem mais relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.

Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino modelo para uma comunidade melhor.

* Bacharelato e Licenciatura: Geografia, Especialista em Inteligência e Cognição e Mestre em Ciências Humanas.

Mudança é vida nova

As estações do ano vêm e vão, trazendo frio, calor, chuva, folhas caídas e flores a perfumar o ar.

O sol aparece no céu todos os dias, mesmo que encoberto por espessas nuvens,  tão quente e a irradiar luz desde sempre.

A lua não deixa de surgir  noite nenhuma, e mesmo cheia, crescente, minguante ou nova, faz sua parte na esfera da vida.

As águas continuam a descer sobre as pedras, a correr pelos rios e mares, a trazer vida para a planta que seca a cada inverno.

As nuvens passam pelo céu formando imagens que mexem com a imaginação de todos quantos se dão ao deleite de apreciá-las a ganhar a forma que queiram a elas dar.

O dia precede a noite e a cada amanhecer a esperança vem junto de um novo recomeço, porque a vida não para a fim de esperar nada nem ninguém.

Enquanto segue o círculo da vida, tudo vai se transformando com os personagens neste cenário. Às vezes, ou quem sabe em muitas vezes, não percebemos o quanto tudo muda em nós, mas, independente desta não percepção dos fatos, tudo gira e mais rápido do que imaginamos.

Com o passar do tempo, mudam os amigos, os interesses, os gostos, o que dá ou não prazer, os lugares, os sonhos, os desejos, os planos...

Quando achamos que chegamos aonde queríamos, que está tudo deitado numa grande calmaria, pois a tempestade passou, o mar tranquilizou, o sol voltou a brilhar, a noite está serena... cai, inesperadamente, uma pedra em nosso dedo e tudo sai do normal. NOR-MAL!!! É sempre assim, só uma coisa que não é sempre assim: a nossa forma de enfrentar a nova situação. Sim, porque a ferida causada pela pedra no dedo nos leva para onde não queríamos ou, pelo menos, para onde não planejávamos ir, e nos faz deixar algo confortante e prazeroso. Esse deslocar deixa para trás o inebriante perfume de flores que talvez não se encontre lá, para onde se vai. Mas lá, lá mesmo, aonde nunca se pensou ir, tem outros perfumes tão  bons e inebriantes quanto os que ficaram. E a experiência que está por vir pode ser tão fantástica quanto a última vivida! Quem sabe até mais?!

Então, se é assim a vida, não tão normal e regular quanto o sol que está lá no céu todos os dias, o melhor a se fazer é deixar que a chuva que cai sem ser esperada, molhe todo nosso ser. Que lave toda nossa alma e nos torne limpos e abertos para o novo! Só assim sentiremos a beleza da vida em toda sua plenitude, experimentando intensamente tudo o que ela nos oferece como mais um dos lindos presentes de Deus. E Deus só nos dá presentes que nos tornam melhores e que nos ajudam a tornar melhor a vida dos outros! 

Pense nisso!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pessoas especiais


Existem pessoas que aparecem em nossa vida sem que as pensássemos e com o passar do tempo vão se fazendo próximas, companheiras, atenciosas. De repente, vemos nelas, pessoas generosas a nos olharem com olhar diferente, compassivo, amoroso, humano e se fazendo tão igual a nós e, ao mesmo tempo, tão acima de nós a ponto de esquecer-se de si mesmas e nos estender a mão, como se lhes coubessem, nessa vida, a função de nos proteger e dar colo nos momentos de dificuldades e fragilidades.

Existem pessoas que não ficam apenas sentindo-se penalizadas diante de nossas lágrimas... elas saem de si e, mansamente, com um jeitinho todo carinhoso, nos fazem sorrir novamente.

Existem pessoas que não se sentem bem ao nos ver perder a paciência... elas suspiram fundo, vêm até nós e com palavras amenas e doces nos acalmam e acalentam.

Existem pessoas que não assistem passivamente os corações se partirem por alguma decepção... elas se levantam e, cheias de amor, tentam  juntar novamente as partes e fazer nosso coração bater ao ritmo entusiasmado da vida.

Existem pessoas que não conseguem viver, sozinhas, sua alegria... elas, com um largo sorriso no rosto, fazem questão de partilhar conosco cada raio de luz que ilumina seu caminhar.

Existem pessoas que não desistem nunca e, quando nos veem angustiados e desanimados... vêm com carinho e esperança, pensar junto uma melhor saída para cada problema.

Existem pessoas que são eternamente plateia e ficam a vaiar ou a sorrir de longe sem com nada se envolver. E existem pessoas que entram no palco e dão sua ajuda incontáveis vezes a quem dela precisar. São sempre apoio, presença forte e guerreira todo o tempo..

Existem pessoas assim, como você! Com um coração que não cabe no peito e com um senso de generosidade tão grande, que só pode se tornar amiga! E com esse jeito  todo especial de ser, conquistou a  mim, tornando-se o amigo próximo mesmo quando distante. Por isso a vida não é fardo e sim uma alegria, afinal, tenho em quem confiar e em quem buscar apoio quando tudo parece escuro e me encontro meio perdida no caminho. Tenho com quem compartilhar meus medos, minhas inseguranças e dividir minhas alegrias e sucessos.

Quero ser para você, querido amigo, o mesmo que tem sido para mim todo esse tempo e ajudar a fazer de seus dias, momentos alegres e serenos como se preocupou sempre em fazer dos meus.

Agradeço-lhe por me haver cativado com sua maneira simples, segura, jeito sincero e tão amigo de ser. Obrigada pela presença forte e por transformar a convivência entre nós em momentos de serenidade, alegria e partilha de experiências que nos elevam sempre mais como pessoas humanas.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professor

Ser professor é acima de tudo ser um guerreiro na defesa do conhecimento e da construção de uma sociedade mais humana e democrática.
Não há como pensar a sociedade sem pensar no educador como aquele que é a sua base. Sem a figura desse guerreiro, o mundo estagnaria. Aprender sozinho leva ao egoísmo e ao isolamento.  Aprender com a ajuda do professor leva à partilha, à socialização, ao calor humano, à compreensão, à luz do bom senso e da consciência crítica.
Ser professor não é ser o monopolizador do saber, mas o intermediador entre a vontade de crescer e a vontade de ensinar. E essas vontade unidas produz uma interação riquíssima e dinâmica.
Sem o professor, talvez os limites deixassem de existir, os questionamentos também, e, principalmente, a oportunidade de trocas, concordâncias ou discordâncias.
Pena que num país como o nosso, o educador esteja perdendo aos poucos, como conta-gotas, o seu valor. Tentam até fazer alguma coisa, colocando na mídia, de vez em quando, mas muito de vez em quando, algumas palavras de incentivo e valorização. Mas  isso é muito pouco, não basta! Os mestres precisam de mais: precisam de amor, carinho, respeito, melhores condições de trabalho e de salário.
Salário!!! Palavra que tem sido há muito proibida na classe. Parece até que virou crime falar em dinheiro ao se falar em educação. Que bom se esse guerreiro vivesse apenas de seus sonhos! Ele precisa comer e alimentar sua família, vestir-se, morar, ir e vir e tudo o mais que grande parte daqueles que passam por suas mãos tem e em abundância. O professor não quer abundância, mas dignidade e não ter que ausentar-se por tanto tempo de sua casa e de sua família para poder sustentá-las.
Nenhum pais se desenvolve sem um povo educado. Quando mais saber, mais condições de luta pelos direitos e mais consciência de cumprimento dos deveres. Quanto mais saber, menos possibilidades de ser enganado, passado para trás, humilhado, discriminado e desprezado.
O saber abre portas e janelas. Que elas sejam abertas antes para aqueles que as ajudam a abrir e a clarear a noite escura; para aqueles que ajudam dia a dia a iluminar os caminhos difíceis, mas encantadores da vida!

Sou professora com orgulho e amor. Agradeço a Deus tudo que consegui com minha profissão e a oportunidade que me concedeu de a tantos ajudar com os talentos que dEle recebi. Só lamento não recebermos o devido reconhecimento por nosso trabalho e luta!
A todos os companheiros de profissão e vocação, o meu abraço e agradecimento pela parte da vida que entregam no ato de educar. Já que ainda não merecemos, de fato, o valor pelas nossas ações, só resta pedir a Deus a recompensa pela semente do saber que plantam a cada dia na vida de milhares e milhares de seres humanos!

Ser professor é ser guerreiro!

domingo, 14 de outubro de 2012

A Espera

Esperar é instigante.
Pode-se esperar muita coisa, como a chegada de alguém especial, a partida daqueles que chegaram para passar o final de semana prolongado, o presente em um dia especial, alguma notícia ou simplesmente um sim ou não como resposta.
A espera é repleta de sentimentos variados: alegrias, incertezas, angústias, ansiedades, medos, esperanças...
Quem pensa que o melhor é o objeto da espera acontecer pode estar enganado. O melhor é exatamente ela: a Sra. Espera que enche a mente de fantasias e faz o coração bater a mil! Sim, porque enquanto o objeto alvo da espera não se concretiza, pode-se imaginar: como será a chegada? E a notícia, será boa? Que cor terá, que brilho trará, que mudanças proporcionará? E isto é extremamente inspirador e bom demais. É como ficar na esquina a olhar quem está vindo ao longe e imaginar ser quem se espera ansiosamente. Quanto mais se aproxima, mais forte bate o coração e mais adrenalina é jogada no sangue. As mãos ficam trêmulas, a boca seca, e a vontade de correr para abraçar invade todo o ser. De repente... a figura vai tomando forma ao se aproximar e...percebe-se não ser o esperado. E tudo para instantaneamente. Que decepção!
O brinquedo sonhado na noite de Natal, no dia das crianças, no aniversário vem, traz alegria e logo está encostado atrás da porta do quarto. E o pior é quando o sonho com ele foi para muito além da realidade!
Então... creia: esperar é a melhor pedida. Sim, porque enquanto se vive o seu tempo, pode-se dar ao ato da espera  o sabor preferido. Melhor do que ter que saborear algo amargo enquanto se achava ser de uma doçura inexistente.
Esperar, na vida, vem antes de chegar, contrariando a ordem do dicionário. Talvez se fosse diferente essa ordem, chegar seria melhor. Porém, como a fantasia, desmistificando a tese de que a ordem do dicionário seja pior, ainda é melhor que a realidade. A solução é transformar o que se tem naquilo que se espera. Mas ainda assim o esperar continuará sendo o mais instigante e mexerá mais com cada um, seja quem for.

sábado, 13 de outubro de 2012

Indecisão

A indecisão nunca é "uma boa ideia"!
Todas as vezes que ficamos sem saber exatamente o que fazer, acabamos por deixar de fazer algo importante e que, mais cedo ou mais tarde, pode nos levar ao arrependimento. E esse sentimento nunca é bom!
Pena que muitas lições só são aprendidas com o tempo, com a vida, com a experiência. Quando jovens, se nos dizem que o certo é fazer isso ou aquilo, só o fazemos se tivermos convicção de que devemos fazê-lo e jamais porque alguém nos aconselhou. Com isso, ao deixarmos de ouvir a voz da experiência, damos nossas "cabeçadas" e depois... o trem se foi, não dá mais para pegá-lo. O próximo??? Não é mais o mesmo!
O que fazer? Não há o que fazer. Para muitas coisas sim, é sempre tempo. Para outras, não dá mais. E como é angustiante olhar para algo sabendo que não se pode mais alcançá-lo nem experimentar o seu sabor! Esse é o preço que se paga por ser indeciso, por não ter coragem de "pagar para ver", por não se arriscar em nome do medo, em nome das consequências, em nome da insegurança.
Para a indecisão, só há uma saída se forem as de agora: decidir-se, arriscar-se e que se danem as consequências! Para as de ontem, só resta o lamento por ter chegado atrasado quando se decidiu.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Fim e recomeço

Como é interessante a vida! A gente vai sonhando novos sonhos assim que o anterior se realiza. Ainda bem que é assim, caso contrário, muito de sua beleza se perderia.
Lembro-me de quando sonhava com o meu primeiro emprego. Eram tantos planos! Era a afirmação de minha independência financeira e também a necessidade de assumir com mais maturidade a vida adulta e de trabalho.
Comecei e foi mágica a sensação de ter tarefas a cumprir,  responsabilidades a assumir e tudo o mais que acompanha a vida de alguém que se insere no mundo das pessoas compromissadas com a organização da sociedade. Meu primeiro salário... puxa! Devo ter feito mágica com ele!
E depois do primeiro passo, vários outros foram dados no decorrer de minha vida profissional. Mudanças de funções, mais compromissos, mudança de profissão... e acabei numa sala de aula rodeada por alunos de todas as idades. Fui professora da pré-escola ao Ensino Médio. Convivi com crianças, adolescentes, jovens e adultos. Ensinei, aprendi, partilhei e compartilhei. Sorri muito e derramei muitas lágrimas também. Tive altos e baixos. Errei e acertei. Tive bons propósitos e, em algumas vezes, não fui compreendida. Defendi o que acreditava e nunca me calei diante daquilo que achava errado. Procurei ser amiga, embora não tenha conquistado a amizade de todos. Normal. Ajudei sempre que percebia alguém precisando.
Vivi tudo que pude no meu trabalho e com toda intensidade possível, afinal, assim sou eu: emoção e sensibilidade à flor da pele. Esbravejei quando me sentia injustiçada, mas jamais deixei de pedir desculpas quando errava. Fui eu, ninguém mais.
O tempo passou, cresci, amadureci. Aprendi com as quedas e com as mãos que se estenderam para mim. Aprendi demais com aqueles com quem mais convivi: meu alunos. Tentei ser amiga, fui brava muitas vezes, mas procurei o tempo todo ser profissional e companheira. Claro que não fui perfeita, nem tive, em tempo algum, essa pretensão! Tentei dar o melhor de mim, embora tenha consciência de que, em muitas vezes, não consegui. Mas tenho também a consciência de que não foi por falta de vontade nem de esforço.
E... chegou o tempo de encerrar essa etapa. Encerro-a serena, feliz, em paz. Encerro pronta pra recomeçar. Não mais aonde estava, mas em outros espaços em que possa colocar toda a energia que tenho e a vontade de continuar produzindo. Quero e vou servir de outra forma. Só assim continuo sendo feliz. Se bem que ainda estou em contato com meu alunos, só que em outra escola e por lá fico por algum tempo. Que bom! Não cortei definitivamente o laço com aqueles que sempre foram a razão de minha profissão, melhor dizendo, de minha vocação!
Agradeço ao meu Deus por tudo que me concedeu nesse tempo. Agradeço por ter me dado a oportunidade de ter contribuído com a educação de tantos e por ter me proporcionado, através de meu trabalho, condições de ter uma vida digna e honesta no sustento de minha família.
Missão cumprida! Agora é pé na estrada na realização de outros sonhos que já fervilham meu coração irriquieto e sempre em busca de novas aventuras.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Instantes


O texto que se segue é de autoria desconhecida. Alguns, entretanto, atribuem-no ao escritor argentino Jorge Luís Borges, e outros, à escritora americana Nadine Star.
Resolvi colocá-lo em meu blog, pois gostei muito e gostaria de compartilhá-lo com aqueles que ainda não o conhecem. Ele nos ajuda a repensar nossa vida e nos convida a viver bem o presente a fim de que não venhamos, no futuro, a nos arrepender daquilo que deixamos de fazer, principalmente das coisas simples.
Leiam e se deliciem com tão sábias palavras!


Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério. Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais,contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares aonde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida, claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver, trataria somente de ter bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de bons momentos; não percam o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuva e um paraquedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera a continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse uma vida outra vez pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Às mulheres



Mulheres de todas as raças, credos, cores, posição social... não importa.

Importa sim o seu papel no mundo: de unir, acalentar, abraçar, consolar,

contornar, zelar, morrer de amor e por amor.

Seu lugar é único no mundo

e seu dia não é só o 8 de março,

mas todos os demais do ano.

Felicidades às guerreiras do lar,

às corajosas que enfrentam o mundo, ainda machista,

às mães amorosas, às esposas zelosas,

às que decidiram sozinhas buscar

seu caminho e o fazem com dignidade.

Felicidades às mulheres que mostram ao mundo o seu valor

e lutam pelos seus direitos.

Força às mulheres frágeis

que não conseguiram ainda se desvencilhar

das garras de homens inescrupulosos e agressores.

Felicidades sempre a essas que dão um colorido especial ao mundo

e fazem dele um espaço de feminilidade.

Felicidades a todas que conquistaram sua independência

sem deixar de serem femininas!

Viva as mulheres, sempre lindas!

Como homenagear mais essas guerreiras?

Nada melhor do que essas músicas...







Felicidades e continuem sempre guerreiras, mulheres, independente do sorriso ou da lágrima em seu rosto!


quarta-feira, 7 de março de 2012

Caminhando e aprendendo

Caminhar é o melhor jeito de aprender!
É dando passos que nos equilibramos e nos desequilibramos.
É nas passadas, grandes ou pequenas, que descobrimos a existência de obstáculos na virada de cada esquina. 
Ninguém chega a lugar nenhum se não passar por caminhos de todos os tipos: retos, tortuosos, de subida ou descida, lisos ou cheios de pedregulhos.
Ninguém caminha apenas por caminhos retos e lisos, por mais que deseje intensamente isso!
E é exatamente esse caminhar, feito de altos e baixos, que nos faz ganhar experiência e descobrir que nada somos e nada sabemos ou muito pouco sabemos.
Quando achamos ser portadores de alguma verdade ou até mesmo de todo saber, vem logo, na próxima curva, uma placa de alerta: Cuidado! É cedo demais para pensares assim!
Não admitimos para os outros que não sabemos! Ah, isso é vergonhoso - pensamos. Mas para nós mesmos essa verdade aparece, lá dentro, teimosa, indesejada a nos humilhar ou a nos cutucar para cairmos na real.
Vamos, com todo aparato de caminhantes, descobrir o que os caminhos nos revelam e para onde as estradas nos levam. E façamos um favor a nós mesmos: não vamos achar que somos os únicos a passarmos por ali! É... esses mesmos caminhos e estradas foram percorridos por muitos caminheiros antes de nós.
Não vamos nos encher de orgulho e achar que o que existe na estrada e a forma como está é porque a estamos percorrendo e plantando flores às suas margens!
Abaixemos a cabeça e olhemos bem para ela! Se o fizermos, perceberemos que o chão está batido, calçado ou asfaltado. Fizemos isso tudo sozinhos ou apenas com aqueles que, no momento, caminham conosco? 
                                                        

Se hoje a encontramos marcada é porque muitas histórias foram escritas ao longo de anos, séculos, milênios!
Imaginem quantas vidas, quantos sonhos, quantas lágrimas, quanto suor, quantos passos nas idas e vindas dessas estradas?
Não sejamos prepotentes a ponto de acharmos que sua beleza é fruto apenas do nosso caminhar hoje!
Não sejamos ingratos nem orgulhosos a ponto de desmerecermos ou ignoramos os que antes de nós, cada um a seu tempo e a seu modo, traçaram um pouco desse caminho!
Ninguém sobe uma escada se ninguém a construiu! E já pensaram que quando subimos por uma nem lembramos das mãos que a fizeram?
É... vamos caminhar e aprender! E vamos nos lembrar sempre dos que nos precederam sem desmerecê-los. 
Convido-os a pensarem assim:
Se reformo a casa, o mérito não é só meu, afinal alguém a construiu.

                                              

 Mesmo que não aproveite quase nada dela, ainda aproveito seu alicerce. E se nem ele aproveito, construo em cima de um espaço que abrigou sonhos e vidas como a minha; alegrias e decepções como as minhas; que foi alvo de derrotas e conquistas como também sou.
Há lugar melhor para se aprender do que o de percorrer caminhos?

                                                     

Há momento melhor para aprender do que ir plantando flores e arrancando espinhos para não ferir os que ainda estão por vir?
Há tempo melhor para aprender do que o hoje, sem esquecer que houve passado e muitas vidas nele?
Caminhe pensando no que constrói, no que pretende construir e nos que construíram antes de você!
Só assim terá sentido seu caminhar e a estrada será bela, pois marcada não só pelo seu passar, mas pelos de antes e pelos que ainda por ela caminharão!

                                               


segunda-feira, 5 de março de 2012

Filme da vida real

A vida é um mistério. Na lógica acontece assim: nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Simples, aparentemente. Será?

Quando crianças, somos cercados de mimos e chamamos a atenção de todos. Nas menores ações somos notados: é o primeiro sorriso, o primeiro dentinho, os primeiros passos, a primeira queda, as primeiras palavras... tudo é visto como se fosse mágico e, de fato, o é. Nada mais belo que o sorriso de uma criança, seu jeito engraçadinho de falar, seus olhinhos curiosos, sua forma de descobrir as pessoas e o mundo, os sons, as cores. E a pureza de seu coração? É de uma beleza indescritível. É como um circo a fase da infância: brincadeiras, sorrisos, cores, imaginação, fantasias, sons, música, espetáculo.

Ao crescer e chegar na adolescência, chegam também seus primeiros problemas, afinal, começam a se transformar física e psicologicamente. É esta a fase bela das descobertas, das perguntas, do "quem sou eu?". É essa a fase em que surgem os desencontros entre filhos e pais, os famosos conflitos de gerações. Eles, os filhos, achando que tudo já podem e querendo ouvir apenas "sim"; eles, os pais, vividos e experientes, dizendo mais "nãos". Confusão gerada! Fase linda e problemática para ambos. Mas passa.

Vem a juventude. Linda! Cheia de vida, de planos e sonhos! Agora já mais comprometida, pois é trabalho, continuidade dos estudos na universidade. Nela, o amor mais maduro nascido, quem sabe na adolescência? O sofrimentos pelos fracassos, insucessos, desilusões já aparecem, também iniciados na adolescência, mãe do começo de uma vida mais responsável e menos livre.
Muitos nesta etapa da vida se encontram e vão se realizando; outros, aos poucos vão se perdendo na tentativa de se encontrarem. Para grande parte a vida ganha aqui seu contorno.

Na fase adulta, a seriedade se instala. É a vida independente, mas compromissada com alguma causa ou estado. São as preocupações com o futuro, com o trabalho, com as dívidas, com os filhos, uma vez que grande parte já está casada e tem os seus ou, pelo menos,  pensa em tê-los. E o descompromisso, a vida "livre, leve e solta", fica para trás. Surgem agora os compromissos inadiáveis, o trabalho tomando conta de grande parte do tempo, a carência desse mesmo tempo para se dedicar mais à família e a consciência pesada por isso.  Mas passa!

Vem a velhice, para muitos vista como uma fase de aproveitar o tempo, para fazer o que não se pode na idade adulta, devido ao excesso de trabalho e compromissos. Muitos são felizes, pois juntam experiência e tempo para desfrutar o que a vida ainda lhe reserva. Outros se sentem rejeitados, peças que incomodam e sem valor. Esses não veem mais sentido em viver, entregam-se, ficando apenas esperando a morte e reclamando de doenças e mais doenças. Triste pensar que existem idosos assim! Todavia, existem. Mas fico feliz por ver que hoje, grande parte já encara a velhice como a "melhor idade" e sabem muito bem dela desfrutar.

De todas essas fases, a mais bela é a da infância. Nela não há maldade nem malícias. Uma criança não olha para a outra e põe falas na sua boca. Não julga nem condena ninguém. Aliás, ela nem sabe o que é isso!

A pior de todas as fases é a  adulta. Muitos veem maldade em tudo e em todos. A todos julgam. A todos condenam como se a eles fossem dados tais poderes. Quem confia plenamente num adulto? Muitos agem  de acordo com seus interesses, ainda fazendo o outro crer que é para o seu bem. Muitos se acham melhores e mais fortes que os demais. Muitos se esquecem de que são vasos de louça e podem se quebrar. Muitos se esquecem de que são tão humanos quanto os outros e portadores das mesmas fragilidades.

Adolescência e velhice são conflituosas em muitas situações, mas não são julgadoras nem intolerantes. A primeira por estar se descobrindo e se encantando com tudo; e a segunda por estar se reencontrando consigo mesma e por ter aprendido com os altos e baixos ao longo da vida.

Não é mesmo um mistério a vida? Chamo-a de mistério porque incompreensível e inexplicável. Foi nos concedida para que edificássemos, mas quantas e quantas vezes somos instrumentos de destruição? Foi nos dada de presente para alegrarmos com ela o coração do mundo, mas quantas e quantas vezes somos portadores de lágrimas?

Voltar a ter um olhar de criança é um convite para transformarmos nossa vida e a vida dos outros naquela que foi pensada por Deus quando pensou o homem.

                                        
"Deixai vir a mim as crianças, porque delas é o Reino dos Céus." (Mt 19, 13-15)


Amar como Jesus amou - Pe. Zezinho, scj - regravada por Pe. Marcelo Rossi
Essa música diz bem o que devemos fazer para sermos como crianças e sermos, um dia, merecedores do Céu!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Alguém cuida de mim



                                                                                                  


O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Em verdes prados ele me faz repousar.
Conduz-me junto às águas refrescantes,
restaura as forças de minha alma.
Pelos caminhos retos ele me leva,
por amor do seu nome.

Ainda que eu atravesse o vale escuro,
nada temerei, pois estais comigo.
Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.

Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos.
Derramais o perfume sobre minha cabeça,
e transborda minha taça.
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me
por todos os dias de minha vida.
E habitarei na casa do Senhor por longos dias.


23(22) (Salmo de Davi)







Somos frágeis criaturas e às vezes nos sentimos
como se tivéssemos toda força do mundo
 e pudéssemos resolver todos os problemas,
 por maiores que sejam. 
Quanto engano achar que tudo podemos!
O que podemos, o podemos porque o Senhor está conosco
 e nos guia por caminhos difíceis;
 estende sua mão quando estamos afundando na areia movediça;
 derrama sua bondade quando nosso coração 
se enche de vaidade e mesquinhês; 
compadece-se de nós diante de nossas misérias e ignorante prepotência.
Ainda bem que o Senhor é nosso Pastor e não nos deixa dispersar;
busca-nos quando nos desgarramos das demais ovelhas;
acolhe-nos com amor infinito e caridoso.
Ainda bem que o Senhor nos conhece; 
sabe de nossas fraquezas e nos perdoa de todo pecado, 
se voltamos para Ele com o coração contrito.


Nada...Nada...Nada... poderá nos abalar, 
nada poderá nos derrotar...
Se temos alguém assim,
 tão apaixonado por nós, 
tão zeloso e cuidadoso,
tão misericordioso e tão Pai!





  
Pe. Marcelo Rossi , participação de Belo nessa linda canção, uma verdadeira oração.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Partidas

Partidas são tristes,
Muitos pensam assim.
Mas nem sempre é dessa forma para os que partem.
Às vezes, seguir rumo a uma nova direção 
Pode trazer  alívio a um coração cansado.


Quando a sensação de inutilidade
Entra em efervescência e  te faz ver
Que não faz falta a mais ninguém, para que ficar?
Quando o bem que se pensa ter feito
Não foi visto assim, para que continuar?


Sumir, desaparecer...
Enfiar a cabeça dentro do casco, feito tartaruga
Pode parecer estranho aos olhos alheios
Que não conseguem enxergar para além das aparências!
Mas para quem se sente inútil,
Excluído, só, sem valor...
Partir pode ser a solução.


Partir para algum outro lugar
Partir para dentro de si mesmo e lá ficar.
Partir sem rumo, sem destino, 
Sem saber o que na frente encontrar.
Partir pode ser a solução.


Quando a dor aperta, a lágrima seca,
O coração não consegue bater mais forte.
Quando tudo dói, até a pele e o dedinho menor da mão,
Só resta seguir para onde nunca se pensou ir
Só resta não ficar para não mais magoar.


Quando ninguém mais notar seu passar
Quando virar um pobre coitado
Jogado ao relento e sem alento
E vir seu sincero sorriso amarelar
Sua alegria de viver descer como areia fina pelo ralo...
Não há mais porquê ficar.


Não condene quem essa decisão tomar
Não critique quem decidiu viver aqui
Como se aqui não mais pertencesse.
Talvez essa seja a única saída
Para uma dor, um sentimento de vazio
Uma solidão cercada de gente, longe, longe...


Partir não é triste!
Triste é ficar sem se sentir amado e respeitado
Triste é ficar sabendo que se for, não fará falta alguma.
Então, não derrame lágrima por nenhuma partida
Pois ela poderá estar sendo a porta que se abre
Para quem não se sente mais do lar
Para quem perdeu o espaço 
Que levou uma vida para conquistar.


Não condene!
Solidarize-se com quem essa decisão buscar
Pois ninguém, a não ser a própria pessoa,
Sabe a dor que sente uma alma
Que cansou de sorrir e de dar o melhor de si
Que cansou de ser verdade incompreendida.


Partir  não é o fim!
Quem sabe não é um recomeço
De uma nova história
Com outro enredo, novo espaço, diferente tempo
Elegante roupagem e distintos personagens?
Quem sabe não recomece tudo do zero
E dê cara nova a um corpo e uma alma em desalinho?



domingo, 12 de fevereiro de 2012

A luz de que precisamos

A luz ilumina onde estiver acesa, seja embaixo da mesa num espaço reduzido ou na imensidão do dia. Sua razão de existir é nos fazer enxergar e nos dar segurança.  E como a claridade proporcionada por ela nos faz enxergar o que precisamos ou o que desejamos, independente de serem grandes ou pequenas nossas necessidades e sonhos!
O tempo todo ela está conosco e assim vamos caminhando sem lhe dar muita importância. Afinal, é costume não se dar valor àquilo que temos sem pedir, sem ter dedicado algum ou muito de nosso tempo na sua conquista. Porém, quando ela se vai por alguma razão... nossa, quanta falta nos faz! Só então notamos que sem ela a insegurança passa a ser nossa parceira constante e o medo nosso companheiro indesejado. 
Sem a luz não vemos o horizonte, não sabemos por onde ir, não temos a certeza do ombro certo para encostar nossa cabeça no momento de cansaço, muito menos o lugar mais adequado para colocar nossos pés calejados. E o pior, não vemos as cores, a beleza da natureza, dos animais e dos homens; não conseguimos apreciar o sorriso de uma criança e a luta de um jovem de coração inquieto.
As trevas trazem tristeza, olhos lacrimosos, coração frio, incertezas... 
As trevas, quando se instalam,  afastam-nos das verdades, porque,  humanamente, para reconhecê-las, precisamos olhar nos olhos, ver como tudo é dito através de cada gesto, de cada sinal. Com a escuridão, a vida perde seu sentido e vamos caminhando como zumbis, sem rumo; seguimos como barcos sem timoneiro, como navios à deriva. Com ela vamos nos afundando num mar de criaturas misteriosas a nos ameaçar.
Mas nada está perdido se vivos ainda estamos. E uma lição precisamos aprender: quase tudo que um dia já fez parte de nossa vida e se foi, pode voltar, como o sol que se vai toda noite e aparece imponente no dia seguinte para cumprir sua missão.
Se o sol tem tanto valor e realiza um papel de tanta importância, que dirá então Deus, a luz que ilumina o coração e que nos faz enxergar, mesmo que nossos olhos não estejam vendo a luz do sol?!

                                                                              

Sem Deus não há vida assim como sem a luz do sol ela também não existe na Terra.
Quando nos afastamos de Deus, a luz vai se apagando em nós e toda beleza que emana de nosso interior desaparece, vindo à tona um ser feio, cabisbaixo, sem crença, sem esperança. A distância dEle nos torna criaturas mesquinhas, egoístas, vazias.
A paz e a felicidade que queremos só é possível encontrar quando a luz divina invade nossa vida de tal forma que nos tornamos luz a clarear a vida dos que ao nosso lado se encontram e dos que por nós passam.
Deus nos torna belos e, mesmo diante da dor, o sorriso ainda sobrevive em nossos lábios, pois vem de dentro e da certeza do consolo e da recompensa. Deus nos torna criaturas iluminadas, mesmo nos momentos de cruzes, pois nos concede sabedoria para  compreendermos seu sentido. Quem experimentou a ausência dessa Luz, experimentou o inferno em vida.
Por isso, antes de tudo, precisamos de Deus, não para dizer que temos um, mas para que Sua luz clareie nosso interior, tornando-nos melhores, mais amáveis e um retrato vivo de Seu amor.
Depois dEle em nós, todo o resto virá por acréscimo.