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Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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sexta-feira, 15 de julho de 2016

O barco da vida não espera ninguém

O barco não espera quem chega atrasado, segue seu curso e no próximo porto desembarca os passageiros pontuais e embarca novos cheios de sonhos, indiferentes aos atrasados que perderam sua provável única chance de fazer a viagem dos seus mais loucos sonhos.
No embarque da vida a regra é a mesma. Se há a necessidade de se fazer algo importante, não se pode perder a hora, senão lá se vai o trem das esperanças, levando apenas quem não descuidou e manteve-se alerta frente a passagem do tempo. 
Os acovardados não correram um pouco mais e, inseguros ao fazere as malas, perderam o cruzeiro mais especial de suas vidas. Agora, bolsa nas mãos, casaco desalinhado jogado sobre os ombros, olham o barco seguindo longe, pequenino na imensidão do mar, rasgando suas águas salgadas, dobrando serenamente a linha do horizonte, fazendo-se cada vez mais menor, menor, menor. Uma lágrima desce na face dos que estão cientes de não terem feito como deveriam, de não terem dado aos passos maior agilidade, não arrumado apenas o necessário para levar. Perderam tempo sonhando demais, viajaram tanto que a verdadeira turnê das noites mal dormidas pela ansiedade, deixaram de realizar sem possibilidade de nova chance. 
Cabisbaixos, viram-se na certeza de que o relógio é impiedoso, não volta atrás, e que tudo deverá retornar ao seu derradeiro lugar. Restam, ironicamente, imaginações de como teria sido a viagem se a coragem fosse a incentivadora do passo dado na direção da vontade e do coração.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

História sem começo nem fim

O sol nasce todos os dias, mesmo encoberto por nuvens em forma do que a imaginação permitir. Fato idêntico acontece com as estrelas, toda noite lá, no lugar de sempre. O ar se movimenta constantemente, provocando leves brisas muitas vezes despercebidas ou fortes ventanias deixando estragos jamais esquecidos. As águas do rio descem cantarolando sobre ladeiras, ora mansas ora barulhentas, independente de notadas ou não.
Assim segue a vida indiferente à forma como é vista.
Crianças sorriem, choram, brincam, brigam, adormecem...
Homens vão e voltam para o trabalho de segunda a segunda; outros perambulam no mesmo tempo em busca de um meio que o sustente. Mulheres correm pra cá e pra lá dando conta de casa, filhos, marido...numa eterna e constante roda; para muitos, fato indiferente.
Sementes são jogadas ao chão, plantas nascem, crescem, dão frutos, morrem e outras nascem não permitindo que o ciclo da vida se interrompa.
Nesse vai e vem, pequenos fatos acontecem a todo momento e em todo lugar sem que ninguém saiba, mas contribuindo inegavelmente para a construção da história humana. E... num pequeno canto, menor que um grão de areia diante do universo, alguém chora o que se foi sem nunca ter vindo; um sorriso deixa de estampar o rosto marcado pela passagem do tempo. Tempo acabado sem ter sido passado a limpo. Tempo lamentado por ter deixado uma lacuna movida pela covardia, insegurança e pelo medo.
E agora José e Maria? Dá pra pontuar essa história?
E se todos os pontos já tiverem sido usados? E se nenhum deles tiver ajudado a resolver o, aparentemente, não resolvido?
E se apenas sobrou a interrogação? Péssimo, pois ela não diz nada, pelo contrário, cria e produz mais dúvidas e ansiedade.
Teria sido melhor o ponto final. Ele define mesmo na negação. Quem não o colocou na hora certa, amarga no presente a incerteza.
Fazer o que agora?