O barco não espera quem chega atrasado, segue seu curso e no próximo porto desembarca os passageiros pontuais e embarca novos cheios de sonhos, indiferentes aos atrasados que perderam sua provável única chance de fazer a viagem dos seus mais loucos sonhos.
No embarque da vida a regra é a mesma. Se há a necessidade de se fazer algo importante, não se pode perder a hora, senão lá se vai o trem das esperanças, levando apenas quem não descuidou e manteve-se alerta frente a passagem do tempo.
No embarque da vida a regra é a mesma. Se há a necessidade de se fazer algo importante, não se pode perder a hora, senão lá se vai o trem das esperanças, levando apenas quem não descuidou e manteve-se alerta frente a passagem do tempo.
Os acovardados não correram um pouco mais e, inseguros ao fazere as malas, perderam o cruzeiro mais especial de suas vidas. Agora, bolsa nas mãos, casaco desalinhado jogado sobre os ombros, olham o barco seguindo longe, pequenino na imensidão do mar, rasgando suas águas salgadas, dobrando serenamente a linha do horizonte, fazendo-se cada vez mais menor, menor, menor. Uma lágrima desce na face dos que estão cientes de não terem feito como deveriam, de não terem dado aos passos maior agilidade, não arrumado apenas o necessário para levar. Perderam tempo sonhando demais, viajaram tanto que a verdadeira turnê das noites mal dormidas pela ansiedade, deixaram de realizar sem possibilidade de nova chance.
Cabisbaixos, viram-se na certeza de que o relógio é impiedoso, não volta atrás, e que tudo deverá retornar ao seu derradeiro lugar. Restam, ironicamente, imaginações de como teria sido a viagem se a coragem fosse a incentivadora do passo dado na direção da vontade e do coração.