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Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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sábado, 14 de janeiro de 2012

Nova história


Quero me esquecer das pequenas e grandes obras
que, bem disposta e alegre, planejei,
mas por falta de ânimo ou mero esquecimento,
simplesmente, não realizei.
Quero me esquecer das noites passadas acordada,
pensando no dia que demorava para chegar,
ouvindo os sons noturnos e sombrios,
perturbadores terríveis e incansáveis do meu descanso.
Quero me esquecer dos atos egoístas,
que invadiram minha alma,
impedindo-me de ser mais fraterna e justa
para com aqueles ao meu lado ou não.
Quero me esquecer das boas ações,
que, covardemente, deixei de fazer
e dos sorrisos que não apreciei,
por não ter saído mais de mim.
Quero me esquecer das vezes 
em que me senti pequena, inútil,
não dando o meu melhor,
perdendo incríveis oportunidades 
que não baterão mais em minha porta.
Quero me esquecer do "bom dia" não dado,
do "muito obrigado" deixado de falar,
das "licenças" esquecidas no corre-corre diário,
dos pedidos de perdão ignorados,
das desculpas que não saíram da vontade,
dos gestos não feitos e pensamentos omitidos
que poderiam, de uma forma ou de outra,
ter melhorado a vida de alguém.
Quero me esquecer do tempo mal usado,
das lágrimas desperdiçadas por pouco,
ou das não derramadas por muito,
da mão não estendida,
dos sonhos que não ajudei a construir.
Quero me esquecer das promessas
que não me importei em cumprir,
das visitas que, por comodismo ou preguiça, não realizei,
das palavras de conforto que não ousei sussurrar
e ficaram adormecidas, inutilmente, no coração.
Quero me esquecer da união que poderia ter promovido
e, por covardia e apatia, deixei passar.
Quero me esquecer de ter reclamado cansaço
quando as palavras certas deveriam ter sido:
Obrigado, Senhor, pois tenho um bom trabalho
e chance de descanso ao final dele!
Quero me esquecer de tantos convites recusados,
das inúmeras músicas não cantadas,
dos milhares de beijos dados só com palavras,
dos tantos "eu te amo" não ecoados por medo ou vergonha.
Quero me esquecer do mal que vi crescer ao meu lado, 
e que, sem malícias ou com elas, não fiz nada para impedir.
Quero me esquecer do bem que não permiti vir à tona
para contagiar grandes e pequenos ao meu redor.
Muito de bom sei que fiz - afinal, todos fazemos-
não posso omitir essa verdade, crucificando-me,
mas poderia ter sido mais, muito, muito mais,
se o egoísmo não tivesse entrado em mim
e se imposto como incômoda companhia.
Quero, nos dias que estão por vir, redimir-me,
abrir meu corpo, coração e mente
para que todos os elementos essenciais
à promoção do ato de "ser feliz",
saiam de mim e contagiem,
construindo a felicidade que une,
e a paz que acalenta a alma.
Quero ser parceira de todo aquele
que ainda acredita no muito a fazer, pois vivo está.
Quero fazer parte do grupo que crê 
que a vida, generosamente, lhe oferece
uma nova e encantadora oportunidade!
Os dias vindouros são páginas em branco,
ávidas por receber o enredo de uma outra história
recheada de aventuras, emoções, dramas e verdades!
E que nelas não sejam escritas mais 
tantas cenas marcadas por gestos, 
palavras, ações e pensamentos não ditos, 
omitidos, com ou sem intenção, e de arrependimentos.
Que bom que existe a noite,
com ela o sono e a possibilidade de sonhar!
Melhor ainda é a esperança de acordar no dia seguinte, 
sabendo que se pode fazer dele "o dia"
que somado aos demais, contarão às gerações futuras,
a vida de alguém que se permitiu, a cada novo amanhecer,
a chance de reescrever uma nova história!

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