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Sinta-se à vontade em passar pelos meus textos. Leia-os sabendo que, quem os escreveu não teve nenhuma pretensão, a não ser a de brincar com as palavras, uma de suas maiores paixões. Obrigada pela visita!

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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Recordar é acordar para a realidade

Olhar para trás não é muito bom. O certo seria seguir em frente sem pensar no que ficou no tempo, mas não é bem assim. Vira e mexe estamos encontrando algo lá no fundo do baú, a nos fazer sentir o estranho: a tal da saudade, existente apenas na língua portuguesa.

Por que somos assim? Bastaria nos contentarmos com o que está nas mãos, o palpável, certo, seguro e olhar para a frente, sonhando e rascunhando novos projetos. Infelizmente, não! O vivido vem à tona quando menos esperamos, e bate forte o coração ao nos depararmos com cenas que, quando protagonizadas, não passaram nem perto dos nossos melhores sonhos, estar escrevendo uma linda história.

Sem nos darmos conta, o tempo rapidamente passa, desenhando seu curso como um rio incansável a seguir retas e a fazer curvas, ora cheio ora deixando à mostra as pedras de seu leito, prova das secas bravas e impiedosas, marca da presença dos invernos da vida! E "de repente, não mais que de repente", como num piscar de olhos, vem na mente e no coração o passado bom, recheado de alegrias e sorrisos infantis, como se tudo, na época, tivesse sido uma grande e interminável festa!

Era para ser bom recordar. Sim, mas apenas quando o presente tivesse se tornado melhor.
Na cena recordada... o que houve? A festa acabou? Por quê?! Por que o elenco se dispersou? Por que os que ficaram mudaram tanto? Por que alguns deixaram, definitivamente, de fazer parte daquela roda mágica, proporcionadora de tanta alegria? Aonde nos perdemos? Onde foi o erro? Quando o elo se rompeu? Cadê aqueles sorrisos largos nascidos espontaneamente do coração?

"É João", como dizia um grande escritor nosso "a festa acabou". Como é decepcionante perceber não haver notado isso e ainda estarmos com roupa de festa dançando musica imaginária no meio do salão?! A maioria  já se foi! Quem está agora não tem o mesmo nome, e os que têm não são mais os mesmos. As luzes se apagaram e, de olhos fechados, ainda sentimos o cheirinho bom de tudo sem notar que a música não é mais a mesma, a orquestra não é regida pelo maestro de antes e os músicos... são quase todos diferentes. Tecnicamente, até melhores, mas com o coração meio desafinado. A harmonia também não provoca mais a mesma sintonia.

Saudades....queria fazer meu velho amigo tempo voltar. Sei que não vai. É implacável, como Rei de palavra. Saída só duas: ou contentar-se em fazer o papel dos avós esquecidos num canto da sala, já sem fazer mais a diferença, e consultados apenas por desencargo de consciência... ou partir para outra, onde será possível construir uma nova história, voltando a ser ativos e cheios de vida; peças importantes do jogo e não  plateia paciente, meros números contribuindo para o aumento das estatísticas, parceira da quantidade tão valorizada no presente!

Conselho para os que querem continuar no conforto da mesmice e não desejam ver: não olhem fotos! Mas, se querem ver, vejam tudo que mudou. Faça o jogo dos sete erros e, se forem mais de quatro, levante e tome outro rumo, pois esse já não mais te satisfaz! 

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