Texto que escrevi para um manifesto contra a violência, realizado hoje em Itumirim, às 17h30, em frente à matriz, em razão de mais um assassinato ocorrido na cidade, o de Amauri Cléo de Mattos. Em sete anos, já são cinco assassinatos brutais cometidos numa cidade que era, até então, pacata e pacífica.
"A violência destrói o que ela pretende
defender:
a dignidade da vida, a liberdade do ser
humano."
A paz com que tanto sonhamos
e pela qual “dizemos” que lutamos está devagarinho deixando nossos lares,
nossas escolas, nossas cidades. E ela está nos deixando, não por que quer, mas
porque está sendo afastada, brutalmente e sem pedir licença, pela violência
covarde e insana. Ela, ela mesma, aquela violência, que antes víamos acontecer somente
pelos jornais, de longe, pela TV e nos canais mais sensacionalistas. Hoje ela,
a violência, está aqui, invadindo nossas cidades pequenas; invadindo
covardemente os lugarejos onde nos orgulhávamos em dizer que podíamos dormir
até com as janelas abertas e que nossas crianças podiam brincar tranquilamente
até tarde nas ruas.
É hora de agirmos! Não dá
mais para assistirmos, como meros espectadores sentados confortavelmente em
nossos sofás, essa vilã tirar nosso sossego, tirar nossa tranquilidade de ir e
vir sem medo, tirar a paz de nossos pais que não conseguem mais dormir o sono
dos justos enquanto seus filhos estão fora de casa!
Deus nos deu o maior de
todos os presentes: a vida! E Ele nos deu a vida para que dela desfrutássemos
de forma harmoniosa e feliz. E esse presente único, que só Ele, Deus, pode
tirar, está sendo tirada por outro ser humano que também a recebeu como dom
divino. A vida precisa ser respeitada em toda sua plenitude. Precisamos
respeitar o outro, pois ele é como cada um de nós: sente como nós, sofre como
nós, tem alegrias e tristezas como nós e também sonha e tem esperanças como
qualquer um de nós.
E como conseguir que o
respeito pela vida, o respeito pelo outro possa acontecer de fato em nossa
sociedade? Nos unindo! Não dizem que a união faz a força? Então... a hora é
agora, o tempo é este. Não vamos nos unir em torno de mais violência, mas
buscando caminhos que a afastem de nosso meio. Comecemos pela educação na
família. Que cada pai, cada mãe assuma seu papel de educar seu filho para o bem
e para o amor. É na família que tudo começa. Ensinemos nossos filhos, desde o
berço, a respeitar o outro, seja ele quem for, seja ele de qual raça, religião,
nacionalidade, condição social for.
Outro caminho: nós e nossos
filhos precisamos acreditar em Deus, ter uma religião, saber que acima de nós
existe algo muito maior e que tudo governa. A família e a religião nos ajudam a
pensar muito antes de cometermos qualquer ato errado e que prejudique o outro. Também entra nessa roda as escolas, os conselhos
tutelares, as polícias civil e militar, o poder público enfim. Todos precisamos
assumir o papel de educadores. Não adianta bater em quem já está calejado! Não resolve nada. Só serve para ensiná-la a bater também e mais.
Vamos nos unir e exigir de
nossos políticos, eleitos por nós e que nos representam, a mudança nessa lei que
mais tem protegido e deixando impunes os menores infratores do que dado a eles educação e
condições de crescerem sadiamente. É inconcebível pensar que eles, aos 16 anos,
têm condições e consciência para votar com maturidade, mas não têm para
responder pelos seus atos covardes e que tiram a vida! E olha que não é só a
vida de uma pessoa, mas tiram um pedacinho de cada um de seus familiares.
Deixam pais sem filhos, filhos sem pais, irmãos sem irmãos e amigos sem amigos.
Quanto sofrimento causam!?
Aqui, hoje, somos poucos,
mas o pouco pode ser muito. Só que... é preciso começar! Queremos de novo ver a paz reinar aqui e em
qualquer outro lugar! Vamos dar as mãos e começar a fazer a diferença
expulsando de nosso meio o que está tirando de nós a paz de viver e a alegria
de sorrir. É preciso banir de nosso meio o que tem feito tantas lágrimas rolarem!
Senhores políticos, nossa
sociedade clama pela mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente no que diz
respeito à maioridade penal. Sabemos que se isso não acontecer, ninguém poderá
fazer mais nada e estaremos a mercê de quem não preza o direito de viver do
outro.
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